-POR QUE, COMO, E O QUE-
Mesmo estas postagens não tendo qualquer caráter científico, procuro incutir nelas um pouco de ordem reflexiva. Nisto entendo escrever e construir hipóteses, as vezes filosóficas e históricas, outras teológicas, acerca de uma série de assuntos que há muito incomodam-me: o modo com o qual a humanidade se destrói. Claro, o que desejo explicitar ao escrever “a humanidade se destrói” é que, no meu ponto de vista, cristão e deveras reacionário, cada vez mais a humanidade se entrega ao pecado – charfurdando-se na lama, acreditando que nada num lago de águas límpidas.
Não tenho a pretensão de que o leitor concorde com as ideias que exponho. Mas o convido a inverter o seu jeito de pensar por alguns momentos, e pensar junto a mim.
-INTRO-
Esta é só uma introdução ao assunto, pretendo estar comentando constantemente, cada vez que uma nova notícia dentro do escopo dessa 'protopesquisa' sair na mídia, e eu tiver como comprová-la. Começarei com um dado um pouco antigo, porém dará os recursos iniciais para discutir e pensar como o ser humano, a cada dia que passa, se corrompe cada vez mais.
(http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1533082-6174,00-PORNOGRAFIA+CRESCE+NA+WEB+E+CONSUMO+AFETA+FELICIDADE+DIZ+PESQUISA.html)
Além disso, temos:
Nos Estados Unidos
• Sexo é o assunto mais procurado na Internet;
• 20% dos usuários norte americanos freqüentam sites de sexo;
• 8% dos internautas americanos passam mais de onze horas por semana em páginas eróticas;
• 1% dos internautas foram considerados compulsivos por sexo virtual;
• 70% do tráfego em salas de bate e sites eróticos ocorre durante o horário comercial;
• 70% escondem o fato de acessarem este conteúdo.
No Brasil
• 65% dos internautas já fizeram alguma forma de sexo pela Internet;
• 16% gastam em média catorze horas/semana em sites eróticos;
• Entre os viciados brasileiros 80% são homens.
(Fonte: web.spei.br:8081/wokshop/Art-10.doc)
Queria colocar também uma reportagem que diz que aproximadamente 80% da internet é constituída de material relacionado a pornografia. Porém procurei e não achei, infelizmente - e como prefiro trabalhar debruçado em dados públicos, optei por usar o informativo acima para a reflexão.
Enfim, devo ressaltar logo de início que sou totalmente contra a pornografia, na minha qualidade de cristão. Todavia não sou hipócrita e também faço uso desse recurso, como grande parte dos homens nas sociedades com um mínimo acesso à literatura, internet e outras mídias. Há também um número assustador de mulheres, que cada vez mais, usam a pornografia.
Este contexto traz consequências assustadoramente negativas para nossa qualidade de vida. Por um lado, o usuário de pornografia pode ser afetado socialmente - isolando-se de contato social com o sexo oposto, nos casos mais extremos, ou sofrendo pressão social (a exemplo de círculos sociais masculinos, que possuem forte tendência estgmatizadora nesse campo). Há igualmente os usuários que catalogo como "usuário orgulhoso". Ele se expressa por se gabar em conhecer os nomes das atrizes, por supostamente ter melhorado seu desempenho sexual "aprendendo" com os filmes. O "usuário orgulhoso" alega, em geral, ter se delisgado das convenções religiosas e despertado todas as ferramentas para a felicidade pessoal. Todo esse conjunto é deveras falacioso, pois os filmes pornográficos trazem as relações sexuais completamente banalizadas e mecanizadas (e assim o "usuário orgulhoso" também tende a se tornar), que ao fim e ao cabo tem mais chances de prejudicar o relacionamento amoroso do que ajudar. Vide o livro "Pornificados", de Pamela Paul - a autora trabalha justamente este aspecto, de como a pornografia afeta a vida social e cotidiana do indivíduo na contemporaneidade. Em segundo lugar, a questão de se delisgar de convenções relgiosas é relativa, se levarmos em consideração de que grande parte do direito civil ocidental é pautado nos antigos ditames religiosos - temos muitos exemplos: "não roubarás" (furto, assalto, estelionato, evasão de divisas), "não matarás" (homicídio, latrocínio), entre diversos outros. Assim, o mais ateu dos ateus, enquanto cumpre a lei humana, na praxis diária, cumpre ditames religiosos.
(Parte 1 - Fim)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Animais
Gente, muita gente, gente demais na cidade
Bêbados cambaleantes, de olhar perdido,
fumantes nojentos, fedendo à morte
pessoas indecentes e egoístas, pessoas?... animais
mentirosos, hipócritas sujos
chafurdam-se na lama da indecência
achando que nadam num lago de liberdade-
destroem a si mesmos com luxúria e sodomia
Esta muita gente procura alegria e felicidade,
só encontram tristeza, dor e o vazio
aprisionados no seu próprio ego
recusam-se a ouvir, a conhecer, a tolerar e amar
só ouvem os gemidos de orgasmo e a voz de seus pares
só toleram o que destrói o melhor do ser humano
só amam o que sacia os desejos...
amam? animais não amam.
Bêbados cambaleantes, de olhar perdido,
fumantes nojentos, fedendo à morte
pessoas indecentes e egoístas, pessoas?... animais
mentirosos, hipócritas sujos
chafurdam-se na lama da indecência
achando que nadam num lago de liberdade-
destroem a si mesmos com luxúria e sodomia
Esta muita gente procura alegria e felicidade,
só encontram tristeza, dor e o vazio
aprisionados no seu próprio ego
recusam-se a ouvir, a conhecer, a tolerar e amar
só ouvem os gemidos de orgasmo e a voz de seus pares
só toleram o que destrói o melhor do ser humano
só amam o que sacia os desejos...
amam? animais não amam.
Agradecimentos e esclarecimentos
Fico feliz de meu blog, depois de quase 3 anos, estar sendo lido e comentado!
Acho que, no fim, sou uma pessoa bem polêmica, por ser conservador abertamente. Então muitas vezes meus poemas, crônicas e artigos podem soar mal ou politicamente incorreto. E desejo discutir tudo isso.
Enfim, continuem a comentar pessoal!
P.S.: O pequeno conto "Alien" é baseado sim em experiências pessoais, mas não por completo. E contém sentimentos que tive, igualmente... Acredito que não importa você conviver com um milhão de pessoas diferentes, isso não influi no modo como você irá tratá-las. Um ateu vai se sentir deslocado no meio de um culto evangélico neopentecostal, um monge budista vai se sentir mal num passeio pela fábrica da Sadia, assim como um evangélico vai se sentir mal na presença da comunidade gay. Os princípios intrínsecos dessas posições, e de tantas outras que todos temos, que definem nossa personalidade e nos ajudam a encontrar um lugar no mundo, são avessas a outras posições. Isso não quer dizer que uma pessoa vá declarar guerra aos asiáticos ou aos ateus, mas que simplesmente não fazem parte do seu mais íntimo self.
Finalizando, creio que ninguém tenha que enfiar o dedo na tomada para saber que vai tomar um choque. O senso comum pode ser positivo para ajudar a nos localizar numa sociedade cada vez mais fragmentária - e não tem somente idiotices que o povão pensa. E ainda, vivemos numa sociedade que deseja o igualitarismo, e para isso precisamos mais do que tolerância forçada nas leis, mas de mudança de postura individual para com o "diferente" - o que não implica sermos obrigados (como tem acontecido muito no Brasil) a achar bonito e correto o que para nós é intrinsecamente errado, segundo nossa liberade de crença e pensamento. ^^
Acho que, no fim, sou uma pessoa bem polêmica, por ser conservador abertamente. Então muitas vezes meus poemas, crônicas e artigos podem soar mal ou politicamente incorreto. E desejo discutir tudo isso.
Enfim, continuem a comentar pessoal!
P.S.: O pequeno conto "Alien" é baseado sim em experiências pessoais, mas não por completo. E contém sentimentos que tive, igualmente... Acredito que não importa você conviver com um milhão de pessoas diferentes, isso não influi no modo como você irá tratá-las. Um ateu vai se sentir deslocado no meio de um culto evangélico neopentecostal, um monge budista vai se sentir mal num passeio pela fábrica da Sadia, assim como um evangélico vai se sentir mal na presença da comunidade gay. Os princípios intrínsecos dessas posições, e de tantas outras que todos temos, que definem nossa personalidade e nos ajudam a encontrar um lugar no mundo, são avessas a outras posições. Isso não quer dizer que uma pessoa vá declarar guerra aos asiáticos ou aos ateus, mas que simplesmente não fazem parte do seu mais íntimo self.
Finalizando, creio que ninguém tenha que enfiar o dedo na tomada para saber que vai tomar um choque. O senso comum pode ser positivo para ajudar a nos localizar numa sociedade cada vez mais fragmentária - e não tem somente idiotices que o povão pensa. E ainda, vivemos numa sociedade que deseja o igualitarismo, e para isso precisamos mais do que tolerância forçada nas leis, mas de mudança de postura individual para com o "diferente" - o que não implica sermos obrigados (como tem acontecido muito no Brasil) a achar bonito e correto o que para nós é intrinsecamente errado, segundo nossa liberade de crença e pensamento. ^^
sábado, 15 de maio de 2010
Homo Ludens
Com a 3ª Revolução Industrial, veio o aperfeiçoamento de diversos setores industriais. Entre eles, o setor da indústria do entreterimento. Creio que a mais influente criação desse setor tenha sido o video-game. Alguns podem dizer que é besteira, mas hoje em dia esta área rende bilhões todo ano, sendo um ótimo negócio. Mas não é por causa disso que escrevi sobre o entreterimento contemporâneo. E sim porque ele pode proporcionar ótimos momentos de diversão, não somente quando se está sozinho e triste, mas também para atrair em torno de alguma atividade uma família ou criar amizades verdadeiras e duradouras. Não que este recurso só tenha vantagens. Muitas pessoas usam ele para fugirem do mundo (e no fundo, você não tem vontade de fugir?) e perdem a segurança para desfrutarem de outros prazeres - principalmente ligados ao convívio social. Os jogos nunca mentirão, nem terão TPM ou estarão ocupados demais para você - são argumentos fortes a favor da fuga digital.
Enfim, as pessoas que não conseguem equilibrar o prazer virtual com o prazer real precisam de apoio, compreensão e incentivo. E não de gente apontando o dedo em suas caras e dizendo como são nerd's, estão ficando gordas e hipertensas na frente do video-game/computador, principalmente a mídia televisiva.
Alien
Ele estava no ônibus, em direção ao centro da cidade. Era uma noite fria de sexta em junho, no Rio de Janeiro. Enquanto esperava chegar no ponto final do ônibus pensava como seria esse lugar. Não se sentia bem em ir a esse lugar, mas se sua namorada queria ir, ele iria junto - até o inferno, se assim fosse possível.
Dez e meia, o ônibus chegou no seu ponto final. Saiu do ônibus, e, ao longe, já podia ver a fila para entrar na boate. Tão logo chegou na fila, viu sua namorada e os amigos dela. Ele cumprimentou os amigos dela e beijou carinhosamente a namorada. Porém ele não pôde deixar de notar o público na fila: muitos fumavam, outros já bebiam. Tentou ignorar o resto das pessoas e se concentrar nos conhecidos e no rosto de sua namorada. Porém esta falsa paz não durara muito. Os amigos da namorada, a namorada e ele andaram lentamente na fila, enquanto conversavam frivolidades de início de balada. Quando ele chegou na entrada da boate, sentiu um grande arrepio na espinha, seguido por uma súbita queda de pressão. Ele vira um homem vestido em roupas espalhafatosas de mulher, usando sapato alto, cabelos postiços femininos e maquiagem pesada - a fim de disfarçar o pomo de adão, e todos os outros demais traços masculinos. Essa figura assustou ele, mas pensando em sua namorada, engoliu toda a angústia e mal estar que aquela visão lhe causara e continuou andando.
Assim que adentrou na boate, ainda um pouco vazia, teve outra má impressão, que lhe causou as mesmas sensações opressivas que a figura na porta: muitos elementos da cultura homossexual estavam presentes (homens fortes já se agarravam, bem como mulheres). Ele já tinha estado em outras boates com música e ambiente voltados para homossexuais, por querer ver a namorada feliz, todavia desta vez houvera muitos elementos homossexuais unidos, os quais o massacrava. Mais uma vez, guardou seus sentimentos para si.
Logo que pôde abstrair um pouco o ambiente, focando-se na alegria da namorada, ele conseguiu se sentir mediocremente bem. Mas isso não durara muito, pois os amigos dela, que são parte integrante do público deste tipo de lugar demandavam a atenção dela, colocando ele de lado. Igualmente, a namorada dele queria dar atenção para seus amigos. Mais uma vez ele se via num meio massacrante. Não demorou muito e uma mulher bêbada derramou um copo grande de cerveja na blusa dele. Neste momento ele quase colocou os sentimentos para fora, porém conseguiu segurar-se.
Numa parte da boate mais reservada, com música mais baixa, ele, sua namorada e os amigos de sua namorada puderam sentar e conversar - quer dizer, ela conversar com seus amigos. Ele viu que ela queria dividir a atenção entre ele e seus amigos, o que foi louvável, mas aquilo incomodava-o um pouco.
Homens se beijando, mais de um ao mesmo tempo. Três, quatro, até cinco. Pessoas fumando e bebendo até não conseguir mais engolir.
Ele era um alien ali...
Dez e meia, o ônibus chegou no seu ponto final. Saiu do ônibus, e, ao longe, já podia ver a fila para entrar na boate. Tão logo chegou na fila, viu sua namorada e os amigos dela. Ele cumprimentou os amigos dela e beijou carinhosamente a namorada. Porém ele não pôde deixar de notar o público na fila: muitos fumavam, outros já bebiam. Tentou ignorar o resto das pessoas e se concentrar nos conhecidos e no rosto de sua namorada. Porém esta falsa paz não durara muito. Os amigos da namorada, a namorada e ele andaram lentamente na fila, enquanto conversavam frivolidades de início de balada. Quando ele chegou na entrada da boate, sentiu um grande arrepio na espinha, seguido por uma súbita queda de pressão. Ele vira um homem vestido em roupas espalhafatosas de mulher, usando sapato alto, cabelos postiços femininos e maquiagem pesada - a fim de disfarçar o pomo de adão, e todos os outros demais traços masculinos. Essa figura assustou ele, mas pensando em sua namorada, engoliu toda a angústia e mal estar que aquela visão lhe causara e continuou andando.
Assim que adentrou na boate, ainda um pouco vazia, teve outra má impressão, que lhe causou as mesmas sensações opressivas que a figura na porta: muitos elementos da cultura homossexual estavam presentes (homens fortes já se agarravam, bem como mulheres). Ele já tinha estado em outras boates com música e ambiente voltados para homossexuais, por querer ver a namorada feliz, todavia desta vez houvera muitos elementos homossexuais unidos, os quais o massacrava. Mais uma vez, guardou seus sentimentos para si.
Logo que pôde abstrair um pouco o ambiente, focando-se na alegria da namorada, ele conseguiu se sentir mediocremente bem. Mas isso não durara muito, pois os amigos dela, que são parte integrante do público deste tipo de lugar demandavam a atenção dela, colocando ele de lado. Igualmente, a namorada dele queria dar atenção para seus amigos. Mais uma vez ele se via num meio massacrante. Não demorou muito e uma mulher bêbada derramou um copo grande de cerveja na blusa dele. Neste momento ele quase colocou os sentimentos para fora, porém conseguiu segurar-se.
Numa parte da boate mais reservada, com música mais baixa, ele, sua namorada e os amigos de sua namorada puderam sentar e conversar - quer dizer, ela conversar com seus amigos. Ele viu que ela queria dividir a atenção entre ele e seus amigos, o que foi louvável, mas aquilo incomodava-o um pouco.
Homens se beijando, mais de um ao mesmo tempo. Três, quatro, até cinco. Pessoas fumando e bebendo até não conseguir mais engolir.
Ele era um alien ali...
Assinar:
Postagens (Atom)